domingo, 18 de setembro de 2011

Nem Metade


Um dia eu me canso
De tanto acordar cansado
Qualquer dia sei lá, me lanço
E nem vou lembrar do calçado

Saio caminhando eu e meu chinelo
E cantando só pra lembrar Vandré
Tem uma hora que a luta te cansa
E quem luta cansado, lembrado é

Vem cá olhar na janela
Mas a janela verdadeira
Não aquela televisionada
Chama lá a benzedeira

Que chinelo velho acaba dando calo
Tem sempre uma planta milagrosa
Tem sempre uma reza sem erro
Pra qualquer cansaço ou desmazelo

Chama lá a moça bonita
Que a beleza anima a força da gente
E nem precisa ter nada por dentro
Que a beleza basta só pra olhar

E haja dente na boca, pra sorrir
Brilho no olho, pra convencer
Garganta forte, pra ser escutado
E perna boa, pra umas mil léguas

E quem acorda cansado
É pra que uns outros acordem dispostos
Quem luta por justiça
É pra que uns outros assistam TV

E a mudança, quando vem
Não escolhe, vem pra todos
Mas mal sabem os dispostos
Que os cansados já mudaram faz tempo