segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Roma

Por Pedro Lorenzo e Deia Pereira


De mãos dadas no caminho
Que é o contrário da ida
Levantamos a suspeita
De que o amor seja mão única

Na antemão dos fatos
Contrariamos as suspeitas
Levantamos desejos
Disfarçamos anseios

Que seria o contrário de qualquer sentimento
Além de sua simples ausência?
Talvez por uma distração de conceitos
A isso se batizou por indiferença

Na contradição dos atos
Contrariamos as receitas
A indiferença é o que sentimos
Daquilo que não se sente?
Ou o desejo atravessa barreiras
E retira o véu que nos prende?

Qual a receita para toda a química?
Qual a fórmula que se perde nessa rua sem saída?
E o que se porta como o avesso do voilá da receita?

Se o amor está pronto
Seria a solidão dos ingredientes
Dispostos como um final
Que é possível mas não está terminado
Seria esse o contrário do amor?
O que ainda é cru?

Um olhar ou um toque sutil
São os sonhos ou as esperanças
A vontade do querer
O antagonismo entre dois pontos
Que separa a esperança

E a rebeldia de três pontos
Indicam que no fim da rua sem saída
Tem estrada de chão
Que é o contrário do asfalto
Mas não parece contramão
Não tem placas, o mato tá alto
Mas é continuação

E com o parecer de fatos opostos
Sem lugar nem direção
Surge a esperança de se reencontrar
E seguir num mesmo caminhar
Mesmo que em alguns momentos
Se transformem em antagônicos

E o amor se perde no ódio
Porém o ciclo sempre se reencontra
Levantando uma nova esperança
Deixando no ar uma pergunta
Qual o contrário do amor
Se o ódio também nos aproxima?

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