domingo, 11 de março de 2012

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"A liberdade, Sancho, não é um pedaço de pão."
Dom Quixote



Uma carruagem arruaceira
Trouxe para nossas terras uma história
Carnificada na vida de um menino
De sorriso gentil e filosofia simplória

Uma tecelagem feiticeira
Calou a nudez de um rapaz
Figurado não pelo que veste
Mas pelo bem que consigo traz

Aquela música festeira  
Chegou saudando o povo sofrido
Seu barulho era de alegria
Homem nenhum tapava o ouvido

Ao tocar a margem que o rio beira
O interior profundo das águas sentiu o carinho
Desse menino fantasiado de mistério
Que não esconde nada, a não ser o seu caminho

Leva seu tato não só às águas turvas
Mas também ao vento embolado
À terra judiada, ao fogo imaculado
E à menina desenhada em curvas

Larga um pouco de si por aí
Com o desapego silencioso
De quem de tanto ir e vir
Aprendeu a ser mais vagaroso

E a brincar com as injúrias do tempo
A saltar de ilha em ilha na memória
A cantar, mesmo na hora do lamento
E a viver derrubando divisórias

Sua biografia é bem viva e perene
Está escrita em pessoas e bençãos
Me despeço com um beijo na mão
Talvez eu te chova, talvez só serene

Um comentário:

  1. sinto que o mundo está se esgotando,
    sinto que o mundo está se esgotando,
    depressa demais!
    gastemos os sorrisos e plantemos ainda mais!

    vivamos montados no vento
    vem comigo! t mostro onde escondo todos os meus sorrisos!

    amo vc nega!

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