segunda-feira, 16 de julho de 2012

Nossa Cabana

Do Testamento a Testemunha
Eu me desoriento
Da Verdade a Vivaldi
Visito o ceticismo
De Demóstenes ao Demonio
Acabei herdando cinismo
De Osho a Oxóssi
Eu sigo quem me pergunta
De Shiva a She-ra
Assisto quem me desmonta
Do Abadá ao Abdala
Eu brinco com quem me canta
De Kant a Caatinga
Enceno o papel de santa
De Cartola a Cartolina
Moinhos de papel e vento
Do Acre a Crença
Eu não acredito vendo
De Chico a Chicória
Eu só mastigo crendo
De Platão a Platina
O pódium vai crescendo
De Buda a Peste
Tudo visita o agreste
Do Cachê ao Clichê
Blá blá, sei lá o quê
Do Tupi ao Guaraná
Me perdi no caxangá
Do Profeta ao Prefeito
Meu voto vai me roubar
De Deuses a Teus
Nem verdade nem ilusão
De Sarney a Sarna
A gente vai se unhando
Do Berimbau a Rimbaud
A poesia chega em bando
Do Poeta ao Sol Poente
A vista vai amarelando
Do Poema a Boemia
Nada é perdido em vão
Fica partido o pão
E a fome

Nenhum comentário:

Postar um comentário