terça-feira, 9 de outubro de 2012

Última Batida



Afinal, que expectativas teria o universo
De nos simplificar a aceitação
Acerca de todas as coisas que não devemos entender?
Que poderíamos fazer além de tentar melhorar as palavras
Adoçar as receitas, misturar as cores fortes às claras,
Assoprar para alguém não se queimar
Assoprar para alguém se ventilar
Assoprar para varrer
Que poderíamos fazer além de esquecer algumas besteiras
Para dar lugar a outras poucas e melhores
(Se é que existe alguma diferença entre besteiras)
Que poderíamos nós – nós, que só sabemos perguntar,
Que poderíamos entender além da dúvida?
Afinal de contas, que perspectivas teria o universo
Para nos apresentar toda essa planície doida de possíveis tropeços,
Toda essa mesmice de montanhas e avessos,
Toda essa beleza chata que é a pergunta...
Afinal, como não esperar um deboche universal?
Não damos a largada na linha de chegada?