quarta-feira, 31 de julho de 2013

Só de Te Olhar



Te olhar vai sempre ser mais bonito que você
E somente quem te olha pode perceber
A dor que virou livro, o amor que virou espírito
E a paz que está em volta e sempre bate a sua porta

Te amar vai ser sempre mais alegre que te ter
E só quem te ama vai me compreender
Na sua cor, o tom do abraço
No sorriso, o maior laço humano que se pode ver

As vezes sente o frio, ou se joga no rio
No mesmo dia todas as temperaturas
Mas, se é pra ser casaco ela é
Se é pra te ventar, ela te venta

Se é pra atravessar a rua, mão
Se a sola do pé está nua, ela é chão...
E esses versos nem começam a explicar
Tudo que eu já notei, só de te olhar

Coleção

Guarda mais esse poema que eu fiz pra você
Deixa livre, que deixar é mais que querer ser
Vão dizer que alguma hora as coisas vão mudar
Mas você sabe que uma hora é muito mais que estar

Sua oração no agora só vai florescer
Sua mão, peito e viola vão te merecer
Nossos corpos irmanados nunca vão estar
A mais de uma mente de distancia

No por enquanto a gente vive sem querer crescer
A natureza entende e o homem fica a questionar
Por que será que essa gente cismou de amar
Mesmo sabendo que o belo
É só passar?


Para Raí Freitas

Paineira


Teu encontro é meu atraso preferido
E esse é o cabelo mais bonito
Que eu já vi passar pela beira do rio
A se distrair pra se encontrar

Teu andar é a lentidão que o mundo espera
Algum dia aprender na hora certa
Seu olhar é quase versável, mas só quase
Pois não se versa sobre a porta de Deus

O caminho já esqueceu seus rumos
E ainda bem
Seu amor é a bússola mais antiga
Que se tem notícia de norte a sul

Onde você nasce todo dia, heim?
Como faz pra ser?
Eu to te olhando, me admirando
E só o que tenho de lembrança

É que a semente da sua paixão
Nasce em casa de algodão
E, você, pra onde cresce
Sorri pros laços que tece
E deixa ir


Para Andiana Freitas

domingo, 28 de julho de 2013

A padaria
Paz daria
Se não fritasse esses sonhos
Pra viver


O Trabalhador

Já é novembro e eu nem lembrei de reparar
Na estação passada, a sua preferida
Na cor do seu vestido, na vida colorida
Eu nem lembrei de me orientar

Pra ver que eu perco todo dia em vão
Só pra comprar o pão
E acordo cedo e muito feliz pelo dia
Em que eu vou jogar tudo pro alto, que alegria!

Mas já é novembro e então esse dia ainda não chegou
E eu esqueci de perguntar do seu cabelo, cê cortou?
Paguei as contas mas já não me sobra energia
Pra te explicar que tudo isso é muita covardia

Ainda bem que não precisa…
Eu chego e você ainda me alisa
O cabelo, o peito e o antebraço
Desculpa, mas eu vou te trocar pelo cansaço
Só mais um dia


Presente


Toma um gole de calma, que é melhor pra ver
Tudo que está por dentro a ponto de ferver
Sente um pouco do frio lá fora e depois volta
Seu cachecol é você

Toda beira de caminho é quase um rio de perigo
Quase um poço de abrigo, quase um mar de vida só
Toda hora de acordar é quase de cortar o umbigo
Quase uma chuva grossa e, de novo, quase um mar

Sonhe lento, tome tento
Pegue em todas as mãos que puder segurar
Tente a crença, a água benta, e logo você vai voltar
Pra sua casa, vai abrir a velha porta e ver que é lá
Que dá pra descansar

Empresta um olhar de carinho
Cuida da sua magia de ser assim
Um pouco de verdade, um pouco de saudade
Uma alegria velha e uma novidade

Então, hoje quando o fim do dia chegar em você
Tira a roupa, o sapato, põe seu pé pro alto
Guarda o resto do dia pra virar meu horizonte
Mesmo que de longe